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O malefício das fake news

Diferente da CPI da Covid-19, a eleição no Sistema Cofeci Creci no dia 07 de julho deverá ser pautada por propostas verdadeiras, que sejam realizáveis, para o bem de todos e não de grupos. Saiba mais no artigo de João Teodoro.




[06/2021] O termo fake news tornou-se popular durante o governo de Donald Trump, nos EUA. Ele próprio o usava com frequência, como forma de tergiversar a verdade, desmoralizando-a diante de seus interlocutores. O termo não é dele e nem é novo. Aliás, sempre existiu. O Oxford Dictionary elegeu o termo “pós-verdade” como palavra do ano, em 2016. É a versão acadêmica do termo fake news, usada por Michael Keyes em seu livro The Post-Truth Era: Dishonesty and Deception in Contemporary Life, de 1992. A pós- verdade racionaliza a mentira para que aparente inocência.

Luís Gonçalves e Diogo Cavalcanti, da Revista “A Maior Esperança”, 1ª edição, 2019, em artigo denominado “A Era das Fake News”, pontua três relevantes considerações sobre as fake news:

1. Assumem status de verdade;

2. Sempre agradam a alguém;

3. Provocam indiferença em relação à verdade, que se transforma em mentira e vice-versa.


O caso mais revelador do malefício das fake news aconteceu na Alemanha dos anos 30. A propaganda nazista contaminou o país com mentiras que levaram à segunda guerra mundial e ao holocausto.

Em 2018, na cidade mexicana Acatlán de Osorio, pessoas enfurecidas se reuniram diante da delegacia com seus smartphones em riste. Dois suspeitos, identificados por algumas pessoas como sequestradores de crianças, haviam sido detidos pela polícia. Populares arrecadavam dinheiro para comprar gasolina, tocavam o sino da cidade e concitavam a população. Alberto Flores, 53 anos, e seu sobrinho, Ricardo, 22, foram queimados vivos. Eram inocentes! Ricardo, estudante de direito, havia escrito no FB: “Seus olhos não servem de nada se seu cérebro é cego”.


No Brasil, não é diferente. No bairro de Morrinhos, Guarujá, SP, Fabiane Maria de Jesus foi linchada por moradores, em 2014. Casada, mãe de duas crianças, tinha só 33 anos. Foi confundida com uma suposta sequestradora de crianças, cujo retrato falado, feito dois anos antes, passou a circular nas redes sociais. Foi o vigésimo caso de morte por linchamento no Brasil só em 2014. Em seu depoimento, o marido de Fabiane desabafou: “Que esse site que postou essa mentira não faça mais essas coisas”. Fabiane foi mais uma vítima inocente das fake news.


Na política, de modo geral, o que mais se ouve são fake news. Claro que há políticos honestos, mas a maioria se esmera mesmo é na desonestidade. Parece até que leram e releram o livro de Michael Keyes para agir justamente contra seus ensinamentos. As fake news dos políticos parecem verdadeiras, agradam a muitos e fazem com que as pessoas se tornem indiferentes à verdade. A CPI da Covid-19 é um festival de fake news. Não só os depoentes distorcem a verdade. Alguns senadores também o fazem, a fim de obterem as respostas que gostariam de ouvir.


No próximo dia 7 de julho, realizaremos eleição em todos os Conselhos Regionais do Sistema Cofeci-Creci. Os Corretores de Imóveis evoluíram muito nos últimos anos. Esperamos que essa evolução se manifeste positivamente neste pleito eleitoral. Não podemos admitir fake news. Precisamos de propostas verdadeiras, que sejam realizáveis, para o bem de todos e não de grupos. A eleição será só pela internet. A tecnologia não admite retrocesso. Atualizem seus e-mails no cadastro do CRECI. Ninguém merece se deslocar quilômetros para votar. Boa eleição a todos!


Sobre João Teodoro:



Nascido na cidade de Sertanópolis, no Estado do Paraná, João Teodoro da Silva iniciou a carreira de corretor de imóveis em 1972. Ele é empresário no mercado da construção civil em Curitiba (PR). Graduado em Direito e Ciências Matemáticas, foi professor de Matemática, Física e Desenho na PUC/PR. É técnico em Edificações e em Processamento de Dados e possui diversos cursos de extensão universitária pela Fundação Getúlio Vargas. Foi presidente do Creci-PR por três mandatos consecutivos, presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Paraná de 1984 a 1986 e diretor da Federação do Comércio do Paraná. No Cofeci, atua desde 1991, quando passou a exercer o cargo de conselheiro federal, e é presidente desde 2000.

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