Especialista em neurociências e comportamento, o presidente do Sistema Cofeci-Creci, João Teodoro, aborda questões ligadas a tecnologia e a necessidadesde compaixão e afeto!
O título deste artigo, tomei-o emprestado de um famoso filme da década de 1950 estrelado por Rock Hudson, Elizabeth Taylor e James Dean. A película trata da saga e da rivalidade entre duas famílias texanas que descobrem petróleo em suas terras. Aqui, no Brasil, Lulu Santos a utilizou como título de uma de suas músicas, em 1994. Na mesma senda, em 2011, a Banda Resgate também gravou música com o mesmo nome. A frase tem sido frequentemente usada para tentar descrever a lamentável desdita humana na busca eterna pela felicidade. Quando minha segunda neta, Violeta, tinha apenas dois aninhos, eu me deslumbrei com uma cena por ela protagonizada. Folheando por curiosidade as novidades de uma convencional revista impressa, uma foto em particular a interessou. Mas a figura era minúscula, o que dificultava a visualização de seus detalhes. Então, na tentativa de melhor decifrar a imagem, ela encostou na foto os dedinhos polegar e indicador e os movimentava de dentro para fora da foto, na tentativa de ampliá-la. Na inocência, ela confundia a revista com uma tela de celular. A cena acima descrita retrata bem para onde caminhou a humanidade até os dias de hoje, afundada na internet. Baseado no livro de Mateus 24: 12: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará”, o jornalista Bruno Tavares elaborou e narrou um vídeo, sob o título Amor. Nele, Tavares diz que estamos sempre conectados, mas convivemos com a insensibilidade de sentir a dor do próximo. Conectados, estamos perto de quem está longe, mas muito distantes de quem está perto, ao nosso lado. A tecnologia nos leva a uma verdadeira matrix. Matrix é a realidade simulada virtualmente, um mundo que não existe, fazendo-nos ignorar o que de real nos rodeia. A vida nos cega do que ocorre ao nosso lado. Caminhamos rumo ao fim, ao fim do amor ao próximo. Pela telinha, passamos grande parte do tempo curtindo o que na realidade não curtimos, e mostrando ser o que não somos. Gestos de amor, já não praticamos, seja por medo ou insensibilidade. Enquanto muitos presidiários estão detidos em cadeias físicas, outros tantos o estão em cadeias virtuais, na palma das próprias mãos. Nada se pode perder, tudo precisa ser capturado. Amamos o que se é de usar, porém usamos o que Deus fez para amar. Rodas de amigos não existem mais, porque as pessoas têm de estar conectadas o tempo todo. Quando nos reunimos, só o fazemos para compartilhar o opróbrio e a dor do próximo. Como juízes, julgamos sem saber o que de fato se passa no interior das pessoas. Hoje em dia, até os piores momentos - que deveriam apenas ser vividos na intimidade - são compartilhados pela rede. Como cantou Lulu Santos, assim caminha a humanidade! Dizem as estatísticas que, a cada 40 segundos, um ser humano se suicida no mundo. Fatos como esse deveriam ser guardados somente para os que o vivenciam em família. No entanto, enquanto eles acontecem, milhares, milhões de pessoas estão apenas esperando saber para poder compartilhá-los. As reflexões acima foram sintetizadas do texto de Bruno Teixeira, como forma de nos despertar para a realidade cruel do mundo atual. Ele encerra afirmando que o “the walking dead” já começou, e perguntando: Quem e o que temos sido nós?
Sobre João Teodoro: O paranaense João Teodoro da Silva iniciou a carreira de corretor de imóveis em 1972. Empresário no mercado da construção civil, graduado em Direito e Ciências Matemáticas. Foi presidente do Creci-PR por três mandatos consecutivos, do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Paraná de 1984 a 1986, diretor da Federação do Comércio do Paraná e é presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis desde 2000.
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