Apesar das preocupações, o otimismo reina no mercado imobiliário
- Silvia Celani
- 16 de jun.
- 3 min de leitura
Demanda habitacional robusta, o crescimento populacional, a formação de novas famílias, a migração para os centros urbanos, a diversificação das fontes de financiamento e a criatividade do mercado explicam o crescimento do setor, segundo João Teodoro, presidente do Sistema Cofeci-Creci!

A economia brasileira, com a taxa Selic em patamar tão elevado – 14,75% a.a., com a possibilidade de atingir 15% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) –, levanta naturalmente questionamentos sobre o seu impacto em diversos setores econômicos. No entanto, é fundamental que a análise dessa situação transcenda a mera superficialidade numérica e reconheça sua intrínseca resiliência e as perspectivas otimistas que, surpreendentemente, ainda impulsionam o setor da construção e o mercado imobiliário em todo o país.
À primeira vista, a taxa básica de juros em alta poderia ser interpretada como um freio significativo ao fornecimento de crédito imobiliário, que encarece e desestimula os financiamentos e, consequentemente, a compra de imóveis. De fato, o custo do dinheiro está mais caro. Isso exige uma análise mais criteriosa por parte dos consumidores e investidores. Entretanto, no Brasil, o mercado imobiliário possui características que o tornam menos suscetível a oscilações abruptas, em especial quando comparado com vários outros setores da economia.
Um dos principais pilares dessa notável resiliência é a demanda habitacional robusta e persistente. O Brasil ainda ostenta déficit habitacional considerável, superior a 6 (seis) milhões de unidades, que gera contínua necessidade de novas moradias. Ademais, o crescimento populacional, a formação de novas famílias e a natural migração para os centros urbanos mantêm aquecida a busca por imóveis, seja para moradia própria, para locação ou para investimento. Essa demanda intrínseca amortece o impacto de fatores macroeconômicos adversos.
Outro ponto crucial é a diversificação das fontes de financiamento e a criatividade do mercado. Embora a Selic afete diretamente as linhas de crédito a ela atreladas, o setor imobiliário tem se reinventado e buscado alternativas. O mercado financeiro, com instrumentos como Letras de Crédito Imobiliário, Certificados de Recebíveis Imobiliários, Fundos de Investimento Imobiliário e iniciativas como a tokenização conduzem a novos fluxos de capital. Isso minimiza a dependência de uma única fonte de recursos, conduzindo à estabilidade do mercado.
É notável o número de prédios em construção no país. Este cenário mostra confiança na segurança e no potencial da valorização imobiliária. A produção industrial, por sua vez, tem efeito multiplicador na economia, que gera empregos diretos e indiretos e contribui significativamente para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. É um setor que, mesmo diante de desafios, segue apostando no futuro e impulsionando o desenvolvimento. Contudo isso não dispensa a necessidade de disciplina fiscal e a busca pelo equilíbrio macroeconômico.
A Selic é importante no controle inflacionário e na estabilização da economia. Porém, com a inflação sob controle e maior clareza na política econômica, a tendência é que a taxa de juros comece a ceder. Isso fará com que o crédito se torne mais acessível e impulsione ainda mais o nosso mercado imobiliário. Em suma, as perspectivas para o setor, não obstante esteja a Selic em patamar tão elevado, permanecem promissoras. Sendo assim, temos de manter a crença em nosso futuro. O
Brasil continua a ser o país das melhores oportunidades!

Sobre João Teodoro: Com atuação no mercado imobiliário como Corretor de Imóveis desde 1972, João Teodoro é formado em Gestão de Negócios Imobiliários, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV, além de ser advogado civil e trabalhista. Foi fundador e diretor das empresas Teodoro Imóveis Ltda e da Brooklin Construções e Empreendimentos Ltda. Teve a oportunidade de ser presidente do Sindimóveis/PR por três anos e do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI/PR) durante três gestões, totalizando 9 anos à frente desta instituição. Atualmente, é o presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI).
コメント